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29 de abr. de 2012

A parábola dos pescadores sem peixe



Aconteceu que havia um grupo chamado pescadores. E eis que havia muitos peixes em todas as águas lá. Na verdade, toda a área foi cercada por rios e lagos cheios de peixes. E os peixes estavam com fome.
Cada ano, o grupo de pescadores se reuniram e falavam sobre a sua chamada para pescar os peixes, e como pegá-los.
Sempre à procura de novas definições e melhores formas de pesca. Eles patrocinaram caros congressos de âmbito nacional e mundial para discutir a pesca, a promovê-lo, e ouvir os novos métodos de pesca.
Estes pescadores construiu grande e bonito edificio chamado "A Sede dos Pescadores." O apelo foi que "Todos deveriam ser pescadores e pescadores devem pescar." Mas uma coisa eles não faziam, eles não pescavam.
Eles organizaram um conselho para enviar a locais onde os pescadores estavam.Esse conselho foi formado por pessoas com grande visão e muita coragem para falar da pesca, definir e promover a ideia da pesca em rios e lagos longínquos, onde os peixes vivem.
Além disso, a diretoria contratou funcionários e comitês nomeados. Eles tiveram muitas reuniões para definir a pesca, para defendê-lo e decidir quais os fluxos não eram importantes. Mas os membros da equipe e da comissão não pescam.
Centros de formação caros foram construídos para ensinar pescadores a pescar.Aqueles que ensinou tinha doutorado em pescalogia, mas esses professores não pescam. Eles só ensinam sobre a  pesca. A cada ano, os formandos são enviados para pescar em tempo integral, e outros para águas distantes, cheias de peixe.
Além disso, os pescadores construíram casas de impressão para publicar guias de pesca. Um alto-falante do gabinete foi fornecido para agendar tema especial de pesca.
Muitos dos que sentiram o chamado para ser pescadores reagiram e foram enviados longe para os pescar. Mas os pescadores nunca tinham pescado em sua terra.

Depois de uma reunião convocada "a necessidade de Pescar", um jovem deixou a reunião e foi pescar. No dia seguinte, ele percebeu que tinha apanhado dois bons peixes real. Ele foi homenageado por sua grande conquista e agendado para visitar todos os grandes encontros possíveis para explicar como ele fez isso.
Então, ele desistiu de pescar para ter tempo para contar a sua experiência com outros pescadores.
Eles questionaram a utilidade da participação em reuniões, onde eles falaram sobre a pesca. Afinal, eles estavam seguindo o Mestre que disse: "Siga-me, e eu vos farei pescadores de homens". Certo?
Imagine-se de tal maneira eles foram ofendidos quando num dia alguém sugeriu que os que não pescam pescados não são verdadeiros pescadores... sem ter em conta que se chamavam pescadores. Ainda que, esta acusação soa correcta. ¿É uma pessoa um pescador se ano após ano não pesca pescados?

10 de abr. de 2012

Pais de santo evangélicos

Derval Dasilio
O culto evangélico tem sido invadido pela magia, prestidigitação ritual, curandeirismo e superstição. Pastores e pastoras midiáticos também assumem os lugares de santos e santas da religião popular, como pais de santo de terno e gravata, ganhando a admiração ou rejeição de crentes do protestantismo histórico. Constituirão num perigo, como foi em todos os tempos na religião cristã?A religião pessoal recente, contemporânea, não é estranha à igreja do tempo bíblico. Nesta, as aspirações espirituais se misturavam com solicitações grosseiras e vulgares de satisfação física e material. Não havia uma linha demarcatória entre o culto mágico e a nova religião. Práticas de astrologia, adivinhação, prestidigitação, superstição e magia, eram elementos que permeavam o culto cristão. Papiros contendo orações e hinos “libertadores” eram elementos que circulavam juntamente com esboços das fontes dos evangelhos. Maldições e pragas se insinuavam em práticas supersticiosas repulsivas. Qual a diferença, quanto ao que observamos hoje, com o público cativo em torno dos “santos e santas evangélicos” da telinha?Para alguns (parece que não são muitos), na comunidade e no âmbito da família, a fé não deveria ser assim, materializada e pragmática. Pedem soluções, metas, políticas, para se estancar estruturalmente a onda de injustiça social, de violência, de corrupção, que grassa no mundo, atingindo a família em cheio. Por exemplo, quais das nossas famílias não têm vítimas da violência, das doenças sociais, do drogadismo criminoso ou farmacológico, alcoolismo, tabagismo, consumismo? E nos lares evangélicos, quem escapa do culto aos “santos” e “santas” evangélicos? Diariamente, “pastores” e “pastoras” ocupam horários no “espaço sagrado do lar”, doutrinando milhões de crentes para a religião da ganância, “ganhando almas para Jesus” (na verdade ganhando compradores para produtos de qualidade discutível). Estes e estas, no domingo, vão aos cultos da igreja local.A pentecostalização eclesiástica comum inclina-se também à simplificação da prática e procura do “melhor espetáculo litúrgico” high tech, eletrônico, com trucagens digitais. A vida devocional diária, pela televisão, com o uso da religião mágica, leva para a sala ou o quarto de dormir objetos simbólicos neoevangélicos. Um seminarista fez um inventário das práticas que já alcançam lares evangélicos tradicionais. Orações de poder impressas, rosas vermelhas, galhos de arruda, sal grosso, manto santo, chave da vitória, toalhas, lenços, ao lado da Bíblia. Vigília do milagre, unções em carros e residências para evitar “mau-olhado” merecem atenção. Realizando-se “batalhas espirituais” e auto-exorcismos chega-se à “vitória”, creem. Expressões comuns, conceitos abstratos, mas essa “espiritualidade”, como disse Pedro Lísias Moraes e Silva, impõe resultados materiais aqui e agora, demonstrados na prática familiar ou publicamente.O culto simbólico, carismático, torna-se modelo. Desconhecendo a esperança ética de transformações, mergulha no louvor como bajulação de um “deus quebra-galho”, apresentando receitas novas, porém sem ingredientes, sem forno e tabuleiro para a vida de fé. Para muitos evangélicos, os objetos mágico-simbólicos ajudam muito, preocupados com a prosperidade material e solução para tudo. Vale o dinheiro, o sucesso, o êxito na vida. "Entre Deus e o dinheiro, o segundo é o primeiro", disse um teólogo. Aí está o novo culto evangélico: diversões musicais, prestidigitação, amuletos e ganância por vitórias. Sucesso e fortuna.Na fuga religiosa, o púlpito e a mesa da comunhão, por excelência, alimentadores da fé, são também substituídos por parafernálias eletrônicas. Ofertórios compulsórios, no culto, anunciam promessas jamais cumpridas. Deus é bajulado com louvação insincera, interesseira; não há lugar para a oração íntima, de indignação e de inconformismo com as injustiças no mundo (como podemos ver em muitos Salmos). No novo culto pentecostalizado, quem intercede busca o milagre compulsório. Inexistem cultos e ritos em ação de graças pelos que morrem; enlutados são ignorados, porque a morte é concebida como derrota das teses de cura ou exorcismo do mal sistêmico, perdendo relevância pastoral e litúrgica.A fé neoevangélica não é inclusiva. É extorsiva, autoritária, abusiva. Desconsidera as lutas por direitos, da mulher e da criança, do jovem e do idoso, despreza as minorias oprimidas e as alija da vida de fé; esquece adolescentes sob forte risco social, que morrem como moscas nas periferias das metrópoles e são condenados à marginalização perpétua. A população jovem é a que mais sofre violência. Pastores são acusados de conluio com sequestradores e traficantes ou de surrar seus filhos (leia A Gazeta, 29/05/2009 e A Tribuna, 18/10/2011). Crianças de hoje também levam armas de fogo para as salas de aula e pretendem matar professores. Por quê?Jovens evangélicos universitários, da classe média, carismáticos, sem orientação sobre ética e missão cristãs, servem à alienação nos louvores emocionados, na pele arrepiada pela oração esotérica (pra dentro, oposta à realidade humana externa, nas implicações referentes ao aviltamento da justiça, desigualdades, intolerância, preconceitos, violação de direitos fundamentais). Imaginam-se “diante do trono”, pensando e contribuindo com o sucesso dos astros e igrejas milionários. Enquanto isso, ocupam altares em busca de espaço e visibilidade, olhos estrábicos ao mal sistêmico que não se quer combater, sem a profundidade espiritual da experiência de Deus nos quinze a trinta minutos de louvor.Que igrejas e que pastores os educaram?-Derval Dasilio - Pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor do livro “O Dragão que Habita em Nós” (2010).Fonte: www.ultimato.com.br